segunda-feira, 24 de junho de 2013

Protesto “apoiado” pelo patrão não é protesto: no máximo, um comício!

                
A onda de protestos iniciada pelo movimento passe livre, visando melhorias no transporte – e que, devido, em parte, à repressão do governo Paulista, ganhou projeção e tornou-se um movimento nacional – traz consigo a reflexão sobre qual o rumo do próprio movimento, tendo em vista que o seu efeito mimético fez com que vários anseios fossem projetados para as ruas.
Nesse mar de insatisfação e de questionamento do poder o conservadorismo também põe as “mangas de fora”, com o apoio da mídia – desacreditada por seu apoio inicial à repressão: ambos tentam dar outro rumo às manifestações, direcionando-a para a vilania disfarçada das suas velhas pautas.
Suas atitudes são:
1) Tentativas de direcionar a manifestação para pautas mais genéricas, como “contra a corrupção”, “por Brasil melhor”, ou tema secundários como  “PEC 37”;
2) Edição de imagens tentando aliviar para a Globo e para a empresas de transportes;
3) Tentativas claras de se aproveitar disso para fins eleitorais;
4) Inserir vândalos entre manifestantes, na mesma linha os atos de destruição praticados pela própria polícia, os quais são  ressaltados pela imprensa como feitos pelos  manifestantes;
5) Inclusão de temas que interessam, principalmente, às elites.
Diante das manifestações regionais capitaneadas por setores de uma burguesia aprendiz, é preciso perguntar: estão eles dispostos a criticar os lucros das empresas de transporte em nome de um transporte coletivo de qualidade?
Neste quadro é necessário precaução, lembrando a velha máxima da política: “empresário não faz movimento popular, faz movimento eleitoral”. Outra prática comum é pôr os empregados nas ruas para defender os seus interesses disfarçados de reivindicação popular.


Samuel Mânica Radaelli - GEDIS  

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A direita é apartidária e não anda de ônibus!



Os rumos deste fantástico movimento de protesto que varre o país começam a pender para a direita. No impulso dos protestos populares, movimentos nefastos tendem a querer pegar carona, visando fortalecer políticos que só agora, devido a ameaça do ostracismo, tornaram-se arautos da moralidade pública, inserindo bandeiras que não beneficiam a população, tas quais a do “Acorda Brasil” e algumas que querem diminuir os impostos dos mais ricos.
O espírito destas manifestações é contra a apropriação de bens públicos por empresas privadas através da COPA, mas é ainda a luta por cidades melhores para os pobres em seu direito de ir-e-vir, luta expressa no movimento passe-livre. Um aspecto interessante é a luta contra a mentira das grandes empresas de comunicação (que maravilha a violência contra a Globo! Verdadeiro ato de legítima defesa política!). Portanto, cuidado com os aproveitadores, especialmente aqui em Santa Catarina, onde há poucos dias aconteceu a greve dos profissionais do transporte em Florianópolis e a imprensa e a opinião pública ficou a favor das empresas de transporte e do prefeito. Por que em Florianópolis ninguém foi às ruas na semana passada? Por que não manifestações contra RBS e RIC?
Este é um movimento novo livre de partidos e de instituições velhas, mas não é livre de ideologias, por isso, os manifestantes devem lembrar que Pior do que está pode ficar. É preciso lutar pelos direitos dos pobres.
E cuidado: se você está nas ruas e não sabe o que quer, a direita sabe!
           

Samuel Mânica Radaelli - GEDIS