quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Falta de vontade ou falta de estrutura?

Fomos ensinados a considerar as pessoas conforme seus méritos. Também fomos ensinados a visualizar mais o resultado do que o processo. Realmente, a vida fica muito mais simples desse jeito: basta você ver um grande empresário, nele você vê um grande homem ou uma grande mulher. Você vê um juiz, um promotor, um rico fazendeiro. Pessoas que de certa forma são exemplo para os demais. Muito provavelmente são pessoas que se esforçaram muito para estar onde estão, afinal, mesmo que o sujeito receba tudo de herança, ainda assim a manutenção e reprodução da riqueza exige, de fato, habilidade e esforço. Veja: isso é só o resultado.

O processo que leva até o resultado embasa aquilo que chamamos de “mérito”. No entanto, costumamos tratar o mérito de uma forma míope: consideramos o mérito apenas um produto da vontade. Isso não corresponde à realidade. O mérito surge a partir de uma delicada equação entre vontade e estrutura.

O primeiro elemento dessa equação, ou seja, a vontade, surge a partir da condição de liberdade do homem. Dentro de cada ser humano há um ponto inalcançável, indomável, e esse ponto é a liberdade. Escravos que fugiam para os quilombos em busca da liberdade agiam assim porque já estavam em processo de libertação. Escolheram a fuga. Por outro lado, a liberdade faz-nos responder por nossos atos, de forma que somos responsáveis por tudo aquilo que é fruto de nossa escolha.

Portanto, se o sujeito não tem vontade de estudar, obviamente responderá por sua negligência e estará fadado a profissões que não envolvam o intelecto. Em nossa sociedade, esse sujeito geralmente é marginalizado e destinado aos trabalhos mais precários e mais miseráveis. Achamos isso justo porque se acredita que o sujeito não teve o “mérito” de atingir uma posição social superior. Faz sentido, mas é insuficiente.

Insuficiente porque existe o outro lado da equação: a estrutura. Costumamos esquecer que não escolhemos o útero em que fomos concebidos, e isso faz toda a diferença em nossas vidas. Há quem nasça nos cantos mais pobres, desconhecem seus pais e estudam nas piores escolas. Há quem nasça em lugares refinados, numa família tradicional cuja cultura é pautada no estudo e na reflexão. Obviamente, cada uma dessas crianças absorverá uma cultura diferente, e isso influencia suas escolhas. Por exemplo: é mais provável que a primeira criança tenha mais dificuldade do que a segunda em questões intelectuais, por uma série de fatores: dificuldade para disciplina nos estudos, dificuldade de assimilação pela ausência de conteúdos básicos, dificuldade decorrente da falta de costume ou de convivência com outras pessoas que têm o mesmo objetivo etc.

Lógico que existem aqueles que saem dos lugares mais improváveis, mais pobres e miseráveis, e com muito esforço atingem uma posição social de prestígio. Há também aqueles que nasceram com toda a estrutura, mas que não tiveram êxito em seus planos. No entanto, a estatística mostra que essas pessoas são exceções. Mesmo porque, para atingir um mesmo objetivo, a força de vontade exigida daquele que tem menos estrutura é muito maior do que o esforço exigido daquele que tem mais estrutura.

Intencionalmente, essa balança é esquecida, vingando no lugar dela uma equação mais simples que envolve apenas “força de vontade”. Acontece que “força de vontade” por si só não faz nada, nem leva ninguém a lugar nenhum.

Se você não acredita, lanço um desafio: se teu filho está numa escola particular, matricule-o na escola pública, de preferência uma de pior qualidade, para que ele mostre para você o que faz apenas com sua “força de vontade”. Pare de incentivá-lo na leitura, no estudo, na disciplina. Deixe-o fazer por si só. Dessa maneira, será mais fácil observar o resultado da “força de vontade” sem a influência da “estrutura”.

Acredito que a maioria não aceitará o desafio, nem mudará de opinião. Afinal, é muito mais simples – e vantajoso, para alguns – visualizar apenas o resultado, e não o processo que leva até ele.

Luís Henrique Kohl Camargo - Gedis

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Pequeno manual de bom comportamento do homem íntegro

Sexy sem ser vulgar.
Um homem íntegro tem que se valorizar, se dar o respeito. Tomar cuidado na forma como se comporta em sociedade.

Não pode ser muito fácil com as garotas. Sair na primeira noite? Nunca! A moça vai logo achar que você é um vagabundo, um vadio, um vulgar. Aí vai te usar e jogar fora na primeira oportunidade. Tome cuidado que se você pegar a pecha de vagabundo, até os teus amigos vão te julgar.

O ideal é ir com cuidado e conhecer a garota aos poucos e não tomar nenhuma atitude que demonstre um pouco mais de audácia. Enquanto isso é só esperar e deixar que ela faça suas propostas.

Hoje em dia, o homem precisa se cuidar. Não pode se dar o luxo de andar na rua, à noite, sozinho por aí. E não vale reclamar depois porque homem que faz isso está pedindo!

O homem ideal sempre está limpo e bem arrumado. Unhas feitas, cabelo bem lavado, pode até deixar a barba um pouco crescidinha (atualmente é do agrado do público feminino e é sexy sem ser vulgar).

Você, homem, pode até optar por looks um pouco ousados, mas cuidado para não ser grosseiro: às vezes um botão aberto de forma a mostrar levemente o busto, ou uma calça um pouco mais apertadinha. Mas atenção, se parecer vulgar, terá problemas. O homem pra casar é uma mistura de sensibilidade e puritanismo. Passou disso, passará à categoria de homem só pra pegar.

Entenda uma coisa: todas as mulheres são iguais, elas só pensam naquilo. Elas querem aquilo o tempo todo. E você tem o que elas querem. Por essa razão é muito importante ter autocontrole, afinal você homem não quer apenas uma noite, não é? Ou quer ser apenas um brinquedo nas mãos de uma mulher que só quer te usar? Lógico que não.

Mulheres têm tendência a mentir e inventar as maiores coisas só para levar qualquer homem para a cama. Muita calma nessa hora! É preciso tomar muito cuidado e ser bastante ponderado antes de decidir ir para a hora fatal, porque depois pode ser tarde demais. Passou da porta do motel, não tem mais volta. E se na hora do vamos ver você mostrar que está à vontade, a gata pode achar você experiente até demais e provavelmente não vai querer nada mais sério contigo.

Homem íntegro também toma cuidado para não sorrir muito para mulheres no trabalho. Pode parecer que você está dando mole para elas, e isso não soa bem para um homem pra casar.

Você, que é um homem que se valoriza, continue tomando bastante cuidado com suas atitudes, porque se você passar um pouco dos limites não vai ser fácil mudar sua imagem e, enquanto isso, as mulheres só vão te procurar pra aquilo. E não é isso que você quer, não é mesmo!?

Cíntia Tirloni Zandoná e Luís Henrique Kohl Camargo - Gedis