domingo, 12 de julho de 2015

Os espíritas tinham razão

Sobre os recentes acontecimentos e o atual contexto político e social, uma conclusão: os espíritas tinham razão. Sim, porque é tanto atraso que só pode que tem gente que reencarnou. Só que ficou com a cabeça da vida passada.

Veja cinco exemplos:

1) “Casamento é entre homem e mulher”: essas pessoas sabem que são antiquadas. Sabem que estão atrasadas. Mas a conexão com a vida passada as impede de transcender. Ficaram lá, no século passado, defendendo que permitindo o casamento homossexual a sociedade vai acabar porque não haverá mais reprodução. Ou porque os valores serão perdidos. Valores de sua vida passada, só pode.

2) Redução da maioridade penal: pessoas cujas vidas passadas datam de antes de 1920, quando o Brasil estabeleceu a maioridade penal para evitar que adolescentes fossem abusados e estuprados na prisão. Todavia, agora é diferente. Agora o adolescente é violento, criminoso, bandido, monstro. Dizem: “joguem-nos nas masmorras, assim como jogaram os adolescentes que viveram no tempo da minha outra encarnação!”;

3) Defensores dos linchamentos: esses demoraram para reencarnar. Ficaram no limbo desde a idade média. Agora voltaram à vida carnal e defendem que “bandidos” sejam linchados sumariamente, amarrados em postes, ridicularizados. Ainda não se acostumaram com o monopólio da força pelo Estado, com os direitos humanos, a presunção de inocência e o devido processo legal. Resquícios de uma existência passada longínqua.

4) Rezar culto na Câmara dos Deputados: teve quem achasse bonito o culto que o Eduardo Cunha promoveu na Câmara dos Deputados. Sem dúvida são pessoas cujas vidas passadas existiram antes da Revolução Francesa, quando o poder político e o religioso ainda andavam de mãos dadas.

5) “Foi estuprada porque provocou”: são pessoas que ainda não superaram a antiga distinção entre “mulher honesta” e “mulher vadia”. Pensam da mesma forma como pensaram em suas vidas passadas: existem mulheres para casar e mulheres para usar. E as mulheres para usar, obviamente, tem menos direitos que as mulheres para casar. Não que as mulheres para casar tenham os mesmos direitos que os homens, claro! O pensamento antiquado dessas pessoas é hoje traduzido no seguinte raciocínio: “usou vestido curto, batom provocante e saiu caminhando pela noite por aí = pediu para ser estuprada”.

Luís Henrique Kohl Camargo - Gedis

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