sexta-feira, 10 de junho de 2011

O documentário “Quebrando o tabu”: uma reflexão sobre a guerra contra as drogas

O debate sobre a repressão às drogas ganha maior proporção com o documentário “quebrando tabu”. Inicialmente ele confirma uma suspeita antiga: FHC é melhor sociólogo que presidente, já que após 8 anos fora do cargo propõe uma medida de grande impacto na sociedade.
O debate sobre a descriminalização de alguns tipos de drogas estabelece de forma clara que esta medida não significa negar os malefícios destas substâncias, bem como nenhuma apologia ao seu consumo, mas significa reconhecer que a repressão ao seu uso falhou e que é preciso mudar de estratégias. Ao invés da repressão, o tratamento da droga deve ser compreendido como um problema de saúde pública, pois o alto índice de viciados revela a necessidade de tratar esta questão de forma terapêutica.
O consumo de drogas é sim um problema grave, mas de saúde pública. Dar um tratamento predominantemente penal é escamotea-lo, por conta disto tem–se o atual quadro em que se vê um círculo vicioso onde aumentando o consumo se aumenta a repressão, gerando um aumento na violência, para responder a este aumento da violência mais repressão e assim segue a escalada da violência.
Quem ganha com isso? Só a indústria de armas. Ela apoia em vários países o aumento da repressão policial, financiando uma atividade parlamentar que luta por leis penais mais duras. A guerra contra o tráfico de drogas permite a indústria das armas lucrar duplamente, vendendo para traficantes e para o estado policial. 
Este documentário promete nos ajudar a refletir de forma racional sobre o tema livre dos moralismos, permitindo que sejam repensadas as políticas de combate às drogas.

Samuel Mânica Radaelli - GEDIS

3 comentários:

  1. Estou indo ler esse documentário agora...
    Concordo plenamente com a descriminalização do uso de drogas, de algumas que fosse.
    Também penso que de nada adianta continuar investindo milhões em criminalização, repressão e gerando cada vez mais marginalização, e por fim mais repressão... violência e mais violência!
    Está provado que algumas drogas (especialmente a maconha) causariam menos males a sociedade se o uso das mesmas fosse descriminalizado se comparado a toda essa repressão e violência da política atual de combate as drogas.
    Belas palavras!

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  2. Apesar do respeito que nutro pelo ator da postagem, não posso concordar que a discussão a respeito da criminalização do comércio, tráfico e disposição de drogas seja assunto meramente moralista ou sujeito a apreciação pessoal sem levar em conta o bem-comum, objetivo último de qualquer estado democrático de direito. Novas pesquisas abalizadas por sérios cientistas no mundo inteiro, atestam que o uso de drogas, tida como leves, como a maconha, é causa de desencadeamento de graves doenças psíquicas, tais como a esquizofrenia e a psicose. Quanto mais novo for o usuário, maiores as probabilidades de desenvolvimento dessas graves doenças mentais que, infelizmente, até o presente momento não tem cura... Ora, a descriminalização do tráfico, venda controlada de drogas, uso permitido controlado, seria concretização do objetivo do bem-comum? Aceitar o uso ainda que dentro de limites, não seria atentar contra a saúde dos cidadãos brasileiros, criando uma legião de doentes mentais em futuro próximo ou distante. Falo isso por que é consabido que o uso de drogas leves geralmente se inicia na adolescência e dentre outros fatores que induzem a seu uso, está a autoafirmação e busca de experiências sensoriais alternativas... Ora, sabe-se igualmente que o uso da maconha é a porta de entrada para drogas mais pesadas, tais como cocaína, crack, LSD e outras drogas alucinógenas. Temos legitimidade para chancelar o "suicídio" da juventude de nosso país em nome de uma "liberdade de expressão" talvez mal compreendida. O debate está aberto e estas são apenas algumas considerações que gostaria de fazer para enriquecer a discussão sobre o tema, tão importante para nossa organização social e familiar. Saudações.

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  3. Ora, sendo ilegal ou não essas substâncias já fazem parte da sociedade, da mesma forma nunca deixaríamos de orientar nossos filhos, como o texto diz claramente é um problema de saúde publica e não do poder coercitivo do Estado. É de conveniência de “alguns” essa proibição, é justamente pelo bem comum essa descriminalização.

    "Quantas crianças a gente tem que perder para o tráfico só para um playboy rolar um baseado?", capitão Nascimento, Tropa de Elite.

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