Nesse domingo, dia 15, ficou comprovado que o Brasil é um país onde há liberdade de expressão. Muitas pessoas saíram às ruas levantando bandeiras que iam desde luta contra a corrupção até impeachment da Dilma, temperadas inclusive por amedrontadoras manifestações pró-intervenção militar.
Foi interessante ver a manifestação política acontecer num clima de normalidade. Isso mostrou que a democracia brasileira está amadurecendo. O governo federal demonstrou desde o início absoluto respeito para com os manifestantes – muito embora em vários momentos esse respeito não tenha sido recíproco.
Não obstante, observa-se que as pautas da manifestação são bastante anêmicas. Impeachment é uma coisa para se falar, bradar, mas na prática, hoje, não tem elementos para acontecer. A luta contra a corrupção é uma luta vazia, pois ninguém é a favor da corrupção. Pedir penas mais duras para as práticas de corrupção também é pouco efetivo, pois a grande questão é o fato de a corrupção ser uma opção atrativa para as pessoas e isso a punição por si só é incapaz de modificar. A volta da ditadura militar (que eufemisticamente é chamada de “intervenção militar”) é um delírio, uma bobeira, uma medida sem o mínimo respaldo constitucional e portanto juridicamente impossível. Uma insubordinação militar desse porte seria algo juridicamente tão grave quanto uma invasão das Farc no Brasil.
Mas afinal, o que a fraqueza dessas pautas oculta?
O Brasil já passou momentos assim em outros períodos de nossa história. Esses períodos coincidem com os momentos em que os pobres tiveram mais poder de compra, em que o salário mínimo teve maior valor real. Os movimentos reacionários a isso são impulsionados por uma elite decadente que se identifica pelo padrão de consumo que consegue ostentar frente à classe pobre. Quanto mais o poder de consumo se equipara, maior a raiva. O perfil da população que participou das manifestações desse último domingo comprova essa afirmação: a maioria era composta de brancos que votaram em Aécio, preferem o PSDB e recebem mais de seis salários mínimos. Logicamente, como em todas as outras movimentações, alguns pobres acabam sempre absorvendo o discurso da elite decadente e terminam por levantar a mesma bandeira que ela, mas são a minoria dentro da manifestação.
Não é que a classe média decadente deseje que os pobres continuem sendo pobres. Ela pretende apenas manter seu parâmetro de identidade, que é construído pelo padrão de consumo em comparação à população pobre. É muito difícil para a classe média compreender que, enquanto o pobre ascendeu socialmente, ela estagnou (ainda que em uma posição social bastante confortável).
Diante disso, a leitura que faço é que essas pautas contra a corrupção (só a do PT), pedindo intervenção militar ou impeachment da Dilma servem para esconder um ressentimento incompreendido com a igualdade cada vez maior entre as classes sociais.
Luís Henrique Kohl Camargo - Gedis
Discordo completamente.
ResponderExcluirEstudando a fundo a questão política e sócio econômica, a insatisfação é pela questão corrupção e contrapartida do governo pseudo-esquerdista de Dilma nos primeiros 4 meses de governo. Primeiro corrupção aonde o dinheiro vai a um partido que usou de um artifício da lei de contribuição para campanhas, uma brecha na lei, para assim manter-se no poder. 400 milhões meu caro compram muita coisa, tem dimensão deste formato. Segundo que a reforma política proposta tem assinaturas de movimentos de extrema esquerda, beirando a um bolivarianismo ou chavismo, que pela sua opnião de esquerda-comunista serão de bom a grado, nao respeitando opniões de centro e direitistas. Aonde um ressentimento da população está exclamada no protesto, você só pode estar brincando em ver que a pauta das reinvidicações do domingo dia 15 foram anti-pt. Foi anti corrupção beirando o deslavamento, na cara do povo, fazendo que o mesmo fique extremamente descontente aonde contas foram repassadas a população, por incompetencias tecno-administrativas deste governo na sua incompetencia. Ai chegamos ao segundo ponto. E a contra partida do governo em cortar gastos? Baixar taxa de juro, baixar impostos e estimular a economia. Fica facil sugar mais um pouco da população e não reduzir cargos comissionados e nem gabinetes ou cargos... Uma aula de história, como voces costumam pregar, popularidade Collor Dilma está a mesma a beira da derrocada de Collor. A diferença eh que a Dilma ainda tem o congresso ao seu lado e não descobriram a "ELBA" dela. Pensa se teus vinculos partidarios estao aquem da população ou somente na utopía de um mundo comunista melhor. Pensa se você paga suas contas ou depende de um paitrocinio para encerrar no azul. Meu caro, aumento como estes agora e corrupção só na petrobras 400Milhoes, e obras hidroeletricas e obras de mobilidade urbana? É complicado ter que pagar a conta para sustentar esse pessoal. E como vc pediu, nao tenho conta em nenhuma rede social estou deixando meu nome aqui, para publicar e discutirmos seus pontos de vistas confrontados aos meus. Estamos longe da tua utopia sempre mencionada nos comentarios de cunho comunistas.
Heitor W. Heiss
Blumenau - SC