quinta-feira, 5 de julho de 2012

A “destreza” da mídia: a imprensa brasileira como (último) reduto de uma direita feroz e truculenta



O episódio recente do golpe branco dado ao presidente Fernando Lugo revela o quanto a democracia depende da vigilância política consolidada através da cidadania ativa.
Nesse acontecimento a posicão da mídia é novamente a mais reacionária e antidemocrática possível, a qual, diante de um processo de cassação de mandato de um presidente que durou apenas 30 horas, insiste em estratégias sutis de parcialidade, não  sendo mais defensável do ponto de vista político defender o golpe à luz da democracia, começa disseminar que, para os interesses brasileiros, deve ser reconhecida como legítima a troca de governo.
Em geral, os grandes jornais e emissoras de TV não têm o menor pudor em contradizer a posições recentemente assumidas quando criticavam a integração latino-americana, dizendo que é prejudicial “levar nas costas” países como o Paraguai, ou Bolívia. Agora, o discurso midiático diz que o processo de integração não deve ser ameaçado em razão de divergências políticas, afinal descobriu-se “repentinamente” que nossa balança comercial tem um superávit de 1,3 bilhão de dólares por ano nas relações de comércio. Espantoso!
Mais espantoso é que essa análise não é feita em relação Irã: lá não vale o ganho comercial, vale a democracia. Um comparativo entre os dois casos revela a atuação incoerente da mídia: em relação ao Irã o Brasil deve impor a democracia ao país e à população; em relação ao Paraguai deve colaborar para o fim dela à revelia da vontade popular, em razão do interesse dos brasiguaios.
É muita contradição!
Por trás está o combate à mudança social, propósito que torna qualquer discurso de imparcialidade ou liberdade imprensa um grande mentira. Por essas e outras é que a mídia é o maior entidade de direita no Brasil de hoje.


Samuel Mânica Radaelli – GEDIS

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