sexta-feira, 18 de agosto de 2017


EMBARQUE IMEDIATO

Embarque em bela arte.
Destarte de mil encantos.
Permita-se ir à Marte
e não só de vez em quando.
Vá. Veja. Sinta. Pense
Ouça. Goze. Ria. Repense
E de graça melhor, portanto.

Significar e entender:
as artes e seus desencantos.
Valorizar e reconhecer:
artistas sem entretantos.
De olho na alienação
de domingo vendo o Faustão
e outros tantos sacrossantos.

O que me consome?
E o que consumo?
Respostas em minhas escolhas
Perguntas que não assumo.
É melhor ir ao estádio
Entreter-me com espetáculo
de dinâmicas que já presumo.

Mudanças são necessárias
em vias de transformação.
Podem começar na escola:
como lugar de compreensão
da história e sua importância
vivendo em esperança
de promover valorização.

Embarque na criatividade
sem desembarque, então.
Expressão e sensibilidade
em sua vida comporão
aquilo que mais precisamos:
Isso é educação!

Fabio Soares da Costa - professor




QUANTO CUSTA OU É DE GRAÇA?

Quanto custa? Ou é de graça?
Tá muito caro, mas... Se for de graça, não quero!
 A arte é uma forma de expressão de grande poder sensibilizador. Ao apreciarmos algo artístico, dificilmente não somos tocados por emoções que nos permitem transcender a um nível sentimental acima do que habitualmente nos encontramos.
A sociedade, em especial os jovens, carece compreender melhor o significado de arte, ser oportunizada a entendê-la, reconhecê-la e apreciá-la como artista ou como expectador. Entendê-la para que possa interessar-se por ela, reconhecê-la para valorizá-la como expressão de grande valor histórico para a humanidade e, apreciá-la para exprimir seus mais diversos sentimentos. A partir desse contexto podemos justificar e reclamar o acesso a ela. Em um país, onde uma considerável parte da população mostra-se alienada e refém da mídia é até compreensível que algumas pessoas ignorem , neguem e não se identifiquem com produções verdadeiramente artísticas.
Isso se evidencia quando são oferecidas atrações acessíveis e mesmo assim a quantidade de público que comparece é frustrante. Posso citar como exemplo o Festival Nacional de Teatro de Chapecó que aconteceu na semana de 22 a 28 de maio, oportunizando a apreciação de arte de qualidade e gratuita a toda região. Não é difícil vermos pessoas reclamando sobre a acessibilidade às atrações artísticas, alegando elitização, mas quando há não comparecem. Porém, faça chuva ou faça sol, custe o que custar, seu lugar no estádio de futebol está garantido.
Esse processo de compreensão das expressões artísticas pode começar na escola. Talvez, no atual momento, seja o único caminho. É preciso aproximar os alunos da arte de uma forma que possam compreender sua importância histórica e valorizá-la como uma forma de expressão que toca o artista e o expectador. Sendo a escola, essencial na construção do ser que se reconhece como transformador da sociedade é importante que o ensino da arte seja focado no desenvolvimento da expressividade, da criatividade e da sensibilidade. Conteúdos “engessados” e focados na técnica tendem a distanciar os alunos das criações verdadeiramente artísticas, transformando-os em meros clientes da indústria cultural, ou seja, baladas lotadas e teatros vazios.

Wagner Kinappe – professor e músico



Publicados em 02 de junho na Coluna Pimenteiro do Diário Data X

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